Reler (e reescrever) um conjunto de textos é sempre um desafio. Escritos em 1997, representam um passado já distante de mim; de quem, hoje, eu sou, no momento presente. Contudo, não enjeito estes textos e trago-os de novo à claridade.
Em cada um deles, «Mecânica Breve» (a reflexão sobre o sentido do som e do silêncio primordiais), «Enigma» (o impulso erótico), «Labirinto» (a perceção aguda de que na existência, para o homem, não há verdadeiramente um caminho que se possa escolher), «Turismo» (a permanência e a impermanência no espaço e no tempo), «Viagem» (as impressões sobre uma paisagem antes do escurecer), «A Janela» (um olhar sobre o ato da criação artística), «As Três Mulheres» (o fim e o recomeço como dinâmicas do universo), há uma experiência de escrita e há também um radicalismo de início e de descoberta face ao indizível, ou, melhor dizendo, face àquilo que é a sombra/luz da própria vida.
Deverão, por isso, ser lidos nessa margem de iniciação incipiente de quem não procura senão uma verdade, que, como tudo na vida, pode e deve e merece ser plural.
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